domingo, 31 de maio de 2009

Foi assim

Carruagens de papelão

Sentir o que você sente!
Também doeu e machucou...
São rostos queridos já tristes
precupados e conosco...

E a noite...
Olhei para o teto e vi o avião passar.

Meu bem... não fica assim!
Se está noite passar,
a data chega e tudo passa!
Ficará tudo bem pra todos...ou volte com carinho tudo ao seu dito normal!

Os cantos tão bonitos!

E a noite...
Olhei para o teto e vi o segundo avião passar.

E te olhei, você também olhou, fiquei feliz.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Aliás


Eu passei la pelas horas

entrei, sentei, olhei.

E o por que fui?

- Um portão aberto

Por que choveu tanto?

Eu não queria sair de lá
Fui quase expulso por uma vontade sem vontade.

e ainda...Chovia,

E, eu ainda não sei...

Aliás...
Por que choveu tanto?

Tá chovendo...


Há coisas pela natureza que chegam ao ápice e depois acabam muito rápido.
A chuva parou!
Sim parou.
Agora só restam os pingos do que ficou retido no assoalho.
E de assalto, rasgado, para não ser todo um...
levado.
Foi rápido. Caiu logo, mas por ora não seca. Tem de esperar...
Talvez o sol? Talvez o vento?
Talvez o tempo secar.
Se secar... não há vida!
Água: sinônimo de benção.
A benção vem por ela mesma. Seca e logo retorna. Por essas bandas, vem todo o dia. Às vezes de mais. Às vezes de menos. Nunca nos deixa só.
Mas agora estamos.
Sem a chuva, apenas os pingos. Não os enxugue, deixe sumir sem ver.
Ou peça mais água para crer.
Não pedi nenhuma água cair. Ela só caiu, eu creio que foi como também o que não há!
Não há água, pois é necessário passar seca. Para aprender que a natureza não tem dono.
Quem a doma é mais além dos desejos que nós somos.
Quando choverá novamente?
Plantei uma semente...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Lia-se no verso dele

Oh! noite, que me guiaste,

Oh! noite, amável mais do que a alvorada

Oh! noite, que juntaste

Amado com amada,

Amada no amado transformada!

Noite escura - por São João do Cruz

Em uma noite escura

De amor em vivas ânsias inflamada

Oh! Ditosa ventura!

Saí sem ser notada,

?stando já minha casa sossegada.


Na escuridão, segura,

Pela secreta escada, disfarçada,

Oh! Ditosa ventura!

Na escuridão, velada,

?stando já minha casa sossegada.

Em noite tão ditosa,

E num segredo em que ninguém me via,

Nem eu olhava coisa alguma,

Sem outra luz nem guia

Além da que no coração me ardia.

Essa luz me guiava,

Com mais clareza que a do meio-dia

Aonde me esperava

Quem eu bem conhecia,

Em lugar onde ninguém aparecia.

Oh! noite, que me guiaste,

Oh! noite, amável mais do que a alvorada

Oh! noite, que juntaste

Amado com amada,

Amada no amado transformada!


Em meu peito florido

Que, inteiro, para ele só guardava,

Quedou-se adormecido,

E eu, terna o regalava,

E dos cedros o leque o refrescava.

Da ameia a brisa amena,

Quando eu os seus cabelos afagava,

Com sua mão serena

Em meu colo soprava,

E meus sentidos todos transportava.

Esquecida, quedei-me,

O rosto reclinado sobre o Amado;

Tudo cessou. Deixei-me,

Largando meu cuidado

Por entre as açucenas olvidado.


. . .


São João da Cruz foi um frade carmelita espanhol, famoso por suas poesias místicas.